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A cena dos eSports brasileiros está para mudar drasticamente. Tudo por conta da chegada da MLG ao Brasil. A entidade que gerencia competições profissionais de games nos Estados Unidos terá um escritório no País graças a uma parceria com o Grupo Águia (leia mais neste link) e será Paulo Castello Branco Filho a figura no comando da empresa. Em conversa com o Modo Arcade, o executivo falou sobre os planos da MLG Brasil, que ainda está iniciando os planos no País, mas promete transformar o modo como os campeonatos oficiais são disputados no país. Abaixo, a íntegra da conversa com Branco Filho.
MODO ARCADE: Como começaram as negociações para a abertura de uma franquia da MLG no Brasil?
BRANCO FILHO: No Grupo Águia, trabalhamos muito tempo com marketing esportivo e turismo. Quando saí, no ano passado, decidi mudar o rumo e buscar coisas novas. Comecei a buscar outras ideias e novos projetos. Foi quando me deparei com a MLG e em seguida entrei em contato com o Grupo Águia. Pesquisamos a respeito e decidimos, via parceria, entrar em contato com a MLG em nome do grupo. Eles aceitaram que ter uma empresa brasileira por trás é muito interessante para eles, principalmente no futuro, quando o grupo tiver uma bagagem melhor sobre o assunto. Já o grupo viu que os games entravam no escopo da empresa e as negociações começaram.
MODO ARCADE: A MLG já estava de olho no Brasil?
BRANCO FILHO: Eles já estavam super interessados no mercado brasileiro e já estudavam alternativas para vir, mas não haviam avançado por motivos internos e mesmo de investimento. Logo no primeiro contato, eles nos receberam de braços abertos. A negociação não foi difícil, foi direta e clara. As negociações começaram no fim do primeiro semestre de 2013 e o acordo foi fechado no início desse ano. Agora, a MLG Brasil tem a MLG e o Grupo Águia como sócios, cada parte com 50% da empresa.
MODO ARCADE: Como será o funcionamento da empresa, então?
BRANCO FILHO: Junto com a MLG, o Grupo Águia é o proprietário da MLG Brasil. A nossa MLG vai ser um espelho do que é a entidade no exterior. Teremos broadcasting, transmissão, campeonatos online, torneios in loco – tudo o que a MLG faz lá fora vai existir aqui. Vamos ter um escritório em São Paulo e quem vai de fato tocar a MLG é nossa equipe, com todo o suporte que o Grupo Águia vai nos dar. Além disso, a MLG se comprometeu em passar todo o knowhow, todo o conhecimento e a tecnologia para esse trabalho. Tudo o que faremos será feito com o consenso e a inteligência da MLG americana.
MODO ARCADE: Por quanto tempo o Grupo Águia estará com a MLG? E quais são os direitos de exploração?
BRANCO FILHO: Não podemos falar sobre esse tipo de questão contratual, mas é um prazo longo. Temos direito total de exploração da marca, tanto que o logo da MLG Brasil é o mesmo que o usado no exterior, por exemplo. Eles mesmos proporcionaram a imagem.
MODO ARCADE: Por que o Grupo Águia, especializado em marketing e turismo, quer investir neste setor?
BRANCO FILHO: O mercado está propício para isso. O Brasil não está no bom momento em que estava há cinco anos, mas o mercado não parou de crescer. O mercado de games no País tem um crescimento anual de 32%. Nos últimos dois anos, passamos o México e nos tornamos o principal mercado da América Latina. E o que mais levo em consideração é o fato de que os games são o maior mercado de entretenimento do mundo. São sempre tecnologias novas sendo apresentadas, o desenvolvedores sempre têm algo novo e, no Brasil, as classes A, B e C têm acesso a jogos e computadores.
MODO ARCADE: Mas a MLG trata de um assunto específico: campeonatos…
BRANCO FILHO: O ser humano tem um quê de competição no sangue. Por que não expandir isso? Sabemos do potencial e dos números da MLG fora daqui. Sabemos do poder de acesso, da quantidade de pessoas que jogam e sabemos que muita gente estava querendo e buscando isso no País. Se não houvesse um interesse da MLG no Brasil, não teríamos trazido. Com a chancela deles, sabendo que o mercado só tem a crescer e esse é um dos motivos que nos fez trazer a MLG para cá.
MODO ARCADE: O Grupo Águia tem operações de marketing de incentivo, turismo e até negócios ligados aos esportes. Mas qual é a experiência da empresa com games?
BRANCO FILHO: Temos uma bagagem muito grande com esportes em geral, mas diretamente com games não temos experiência. A MLG é a primeira empresa desse segmento sob o guarda-chuva do grupo. O know-how do grupo nunca foi relacionado a eSports, mas as pessoas que estamos trazendo para a MLG Brasil são pessoas que conhecem o mercado. A MLG americana vai nos auxiliar quanto ao funcionamento do eSports. O que nós entendermos como necessidades do nosso mercado, repassaremos para eles e então receberemos a coordenação.
MODO ARCADE: Haverá, então, investimentos em uma equipe para trabalhar aqui?
BRANCO FILHO: Conforme enxergarmos necessidades, com certeza vamos buscar pessoas do mercado, mas vamos dar preferência às pessoas que já conhecemos. Já trouxemos alguns nomes e atualmente a equipe MLG Brasil conta três pessoas.
MODO ARCADE: E qual será o trabalho dessa equipe?
BRANCO FILHO: Tudo o que os americanos fazem lá, vamos trazer para o Brasil. Mídia social, eventos, marketing, divulgação, tudo isso está incluso no escopo do nosso projeto.
MODO ARCADE: Como vai ser a relação da MLG brasileira com a americana?
BRANCO FILHO: Os responsáveis pela MLG Brasil somos nós, do Grupo Águia. Eles vão opinar e vamos executar da maneira mais adequada, sempre respeitando as indicações de fora, mas considerando sempre o mercado brasileiro. Eles estão dando mais suporte do que imaginávamos. Estão sendo solícitos e super interessados com o andamento aqui.
MODO ARCADE: Quais são os primeiros projetos?
BRANCO FILHO: O start da MLG Brasil não foi dado ainda de fato. Quando começarmos a fazer a divulgação, aí vamos anunciar todos os nossos games e nossos patrocínios. Por enquanto, ainda não podemos falar.
MODO ARCADE: Então ainda não podemos saber com quais jogos a MLG Brasil vai trabalhar?
BRANCO FILHO: Ainda não. Mas fizemos a divulgação das classificatórias de Call of Duty: Ghosts, cuja final do torneio vai acontecer em março com os dois times brasileiros classificados. A Activision contratou a MLG para fazer os campeonatos regionais e nós estamos fazendo uma prestação de serviço aqui. Futuramente, esse campeonato vai ser organizado via MLG Brasil.
MODO ARCADE: Como planejam trabalhar a relação com a comunidade de eSports Brasileira?
BRANCO FILHO: Queremos ter a chancela do mercado braileiro como a referência do eSports no Brasil. Assim como a MLG é a líder global de eSports, queremos agregar mais um país dentro desse rotulo. O contato direto da comunidade é extremamente importante para nós e buscar o interesse dela é o mais importante. Vamos tentar entender a necessidade do mercado e aliar o útil ao agradável.
MODO ARCADE: A MLG Brasil vai ajudar o desenvolvimento do eSport brasileiro?
BRANCO FILHO: Com certeza. Acredito que o eSport brasileiro tem muito a crescer e vai ser jogado por muita gente no futuro, não só pelos jovens, mas também pelas pessoas com mais de 18 anos.
MODO ARCADE: Quais as expectativas para o primeiro ano de operação?
BRANCO FILHO: Temos metas e estratégias traçadas juntao à MLG americana dentro do nosso plano de negócios, mas não podemos falar por questões contratuais. A expectativa é colocar o nome da MLG em primeiro lugar na cabeça jogadores e fãs de eSports. Obviamente isso é algo que requer tempo. Não tamos aqui para dominar o mercado, mas fazendo o trabalho que planejamos, tentando espelhar tudo o que tem lá fora, isso vai acabar acontecendo naturalmente.